MILHARES VÃO ÀS RUAS SOLTAR O GRITO DE BASTA

Fotos: Juan Diaz    

O dia 22 de junho de 2013 entra para a história do Acre, com o maior protesto totalmente apartidário já realizado pela população. A ideia inicialmente surgida por estudantes universitários tomou proporções cada vez maiores, impulsionada pelas manifestações que ocorrem no resto do país. No Facebook, quase 14 mil pessoas confirmaram presença no protesto durante a semana, porém ao menos 40 mil pessoas de fizeram presentes, segundo cálculos extraoficiais. Apesar de ser um movimento apartidário, no Acre, onde é administrado pelo mesmo grupo político a 14 anos, questões que a primeira vista pode parecer partidária, na verdade é uma luta pela liberdade, pessoas anestesiadas pela imprensa comprada e pelo "pão e circo" - até então - de um lado, e "robores alucinados" de outro, que tentaram desestabilizar a manifestação durante toda a semana, mas não conseguiram, pois as reivindicações atropelaram o coronelismo, a vontade de mudança transcendeu toda e qualquer ditadura. O Acre acordou.

Como disse Marina Silva, o rio transbordou. Pode-se complementar dizendo que, como ocorre em uma cheia de rio, quando a água baixa e volta ao seu nível normal, ela deixa sua marca nas margens, elas nunca mais serão como antes. E é assim com esses manifestos. O "rio cibernético" transbordou atingindo o mundo real, e quando a "água" baixar a sociedade nunca mais será a mesma. Foi um grito de liberdade contra as amarras de um governo que enaltece aliados e demoniza adversários. Não há espaço para diálogos, opiniões são construídas e desconstruídas em cima de oportunismos baratos. Quando Lula disse que os Vianas se afastaram do povo, talvez ele tivesse prevendo que um dia esse mesmo povo o cobraria.