Por Alcinete Gadelha
Fotos Juan Diaz
Mas a tristeza e preocupação que envolveu Zeneide não foi motivo para que a vida acabasse por ali. As pesquisas que fez deu a certeza de que há perspectivas otimistas para o filho. “com muito amor e paciência dá certo. Posso ter muito estresse durante o trabalho, mas se sobrar um pouquinho de amor e paciência tem que guardar pra ele”, expressa.
Na próxima quinta-feira, 2 de abril, é o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, para lembrar a data e contribuir de forma positiva o jornal Opinião traz nesta edição a história de Yuri Mateus, autista de 6 anos com altas habilidades que fez a família mudar a rotina após o diagnóstico.
A dificuldade para as coisas óbvias como falar, não atender quando era chamado. “Parecia ser surdo, não parava quieto, só repetia as musiquinhas que ouvia, ele só cantava, não falava nem papai, nem mamãe.” A primeira vez que a chamou de mãe foi aos quatro anos.
“Ele não interagia, não pedia água, ele realmente tinha muita diferença das outras crianças, não manifestava reações”, foi a partir daí que começou a procura por um diagnóstico.
2011 foi um ano de procura por pediatras, otorrinolaringologista, neurologista. E a preocupação só aumentava, pois não tinha um diagnóstico.Com o atraso na fala outra saída foi procurar a fonoaudióloga. “Fizemos algumas sessões e ela me disse que o mais comum é acontecer atraso de fala”, explica a mãe.
O diagnóstico
Após passar por vários médicos, o pré-diagnóstico veio através de uma psicóloga. Zeneide conta que após duas sessões ela afirmou que Yuri era autista, apesar de a profissional não poder dar o diagnóstico, orientou a mãe procurar um especialista.
Na época o pequeno tinha três anos. “Eu entrei em desespero. Não sabia o que era autismo, não conhecia, então pensei que ele não fosse falar, interagir, nem conviver com as pessoas.”
A partir da hipótese levantada pela psicóloga a mãe foi para a internet e livros, as suas pesquisas a fizeram chegar ao diagnóstico. Ela conta que chorava e não queria admitir a realidade que passara a ter: um filho autista.
Para chegar a conclusão de um especialista, Zeneide precisou de um médico de fora do estado. À época ainda não havia especialista no caso, em Rio Branco.
Inteligência acima da média ou altas habilidades
Como o transtorno se manifesta de várias formas o caso de Yuri é configurado como inteligência acima da média, com altas habilidades para a música.
Aos seis anos o garoto toca bateria, violão, canta, ouve músicas em inglês e memoriza. “As pessoas pensam que ele sabe inglês, mas na verdade ele ouve e repete.”
Atualmente três médicos fazem o acompanhamento de Yuri: Um psiquiatra infantil de São Paulo; um neuropediatra, também de São Paulo e um pediatra de Rondônia. A descrição dada pelos médicos é de inteligência acima da média; ouvido absoluto (tem a capacidade de ouvir e reproduzir); Hipoacusia sensorial, pois muito barulho o irrita.
A inteligência acima da média fez Yuri aprender a ler aos quatro anos. Decorar um discurso que não era dele. O episódio aconteceu na formatura, onde o pequeno decorou o discurso dos colegas e durante a solenidade repetiu o que cada um deveria dizer.
As dificuldades
“Ele tem muita dificuldade ainda, mas desde que eu descobri até aqui já melhorou muito”, mas para isso Zeneide conta que há um alto preço a pagar. Caso não ocorra o tratamento a criança pode regredir.
São sessões de terapia ocupacional, psicólogo, fonoaudiólogo, hidroterapia, psicopedagoga, escola com mediadora e especialistas que acompanham o caso de Yuri, além disso, a participação nas aulas de músicas são indispensáveis.
Além do momento da descoberta ter sido um dos mais difíceis, a mãe explica que outra grande dificuldade foi a falta de especialistas no estado. “Hoje temos, mas são poucos. E na época ele ficou sem fazer acompanhamento por alguns meses e ele se calou. Só chorava”, conta.
A época a garoto tinha três anos e meio. Ao chegar à escola não sentava, batia a cabeça, ficava irritado. “Cheguei a pensar que ele não conseguiria, mas hoje, graças a Deus, o Yuri está bem desenvolvido.”
Arquiteta funcionaria pública federal Zeneide mudou de vida para cuidar do filho. Ao descobrir a deficiência ela parou com o trabalho que tinha, se tornou autônoma para poder se dedicar ao filho.
A menos de um ano ela assumiu cargo em um emprego federal, pois se sente segura em dar esse novo passo. “Tenho uma pessoa que trabalha comigo que cuida dele. Ela é uma segunda mãe, pois está com a gente desde a minha gravidez, o irmão mais velho ajuda, o pai, apesar de sermos divorciados também ajuda. Nós nos adaptamos a ele,” revela.
A vida da família mudou. Muitos compromissos não foram cumpridos, reuniões em que não compareceram, mas o amor que move a todos faz com que Yuri tenha um bom desenvolvimento.
O amor pela música
A afinidade pela música é explícita, ao entrar na sala com a psicopedagoga Yuri, imediatamente, pega uma pequena sanfona, que para ele não importa se de brinquedo, ou não, mas o som produzido o alegra.
Além disso, a mãe conta que toda e qualquer música é capaz de acalmá-lo, seja música clássica, rock, ou até mesmo galinha pintadinha. “Ele gosta de música.”
Aos seis anos o garoto toca bateria, violão, canta, ouve músicas em inglês e memoriza. “As pessoas pensam que ele sabe inglês, mas na verdade ele ouve e repete.”
Atualmente três médicos fazem o acompanhamento de Yuri: Um psiquiatra infantil de São Paulo; um neuropediatra, também de São Paulo e um pediatra de Rondônia. A descrição dada pelos médicos é de inteligência acima da média; ouvido absoluto (tem a capacidade de ouvir e reproduzir); Hipoacusia sensorial, pois muito barulho o irrita.
A inteligência acima da média fez Yuri aprender a ler aos quatro anos. Decorar um discurso que não era dele. O episódio aconteceu na formatura, onde o pequeno decorou o discurso dos colegas e durante a solenidade repetiu o que cada um deveria dizer.
As dificuldades
“Ele tem muita dificuldade ainda, mas desde que eu descobri até aqui já melhorou muito”, mas para isso Zeneide conta que há um alto preço a pagar. Caso não ocorra o tratamento a criança pode regredir.
São sessões de terapia ocupacional, psicólogo, fonoaudiólogo, hidroterapia, psicopedagoga, escola com mediadora e especialistas que acompanham o caso de Yuri, além disso, a participação nas aulas de músicas são indispensáveis.
Além do momento da descoberta ter sido um dos mais difíceis, a mãe explica que outra grande dificuldade foi a falta de especialistas no estado. “Hoje temos, mas são poucos. E na época ele ficou sem fazer acompanhamento por alguns meses e ele se calou. Só chorava”, conta.
A época a garoto tinha três anos e meio. Ao chegar à escola não sentava, batia a cabeça, ficava irritado. “Cheguei a pensar que ele não conseguiria, mas hoje, graças a Deus, o Yuri está bem desenvolvido.”
Arquiteta funcionaria pública federal Zeneide mudou de vida para cuidar do filho. Ao descobrir a deficiência ela parou com o trabalho que tinha, se tornou autônoma para poder se dedicar ao filho.
A menos de um ano ela assumiu cargo em um emprego federal, pois se sente segura em dar esse novo passo. “Tenho uma pessoa que trabalha comigo que cuida dele. Ela é uma segunda mãe, pois está com a gente desde a minha gravidez, o irmão mais velho ajuda, o pai, apesar de sermos divorciados também ajuda. Nós nos adaptamos a ele,” revela.
A vida da família mudou. Muitos compromissos não foram cumpridos, reuniões em que não compareceram, mas o amor que move a todos faz com que Yuri tenha um bom desenvolvimento.
O amor pela música
A afinidade pela música é explícita, ao entrar na sala com a psicopedagoga Yuri, imediatamente, pega uma pequena sanfona, que para ele não importa se de brinquedo, ou não, mas o som produzido o alegra.
Além disso, a mãe conta que toda e qualquer música é capaz de acalmá-lo, seja música clássica, rock, ou até mesmo galinha pintadinha. “Ele gosta de música.”
“Uma das estratégias para acalmá-lo é a música, outra é encher a mochila de livros e levá-lo para dar uma volta, pois gera e quilibrio através do peso. Os autistas têm esse desequilíbrio, e isso ajuda”, explica a mãe.
Apesar das dificuldades enfrentadas Zeneide conta que não teve que enfrentar preconceitos. Segundo ela a escola é maravilhosa, a família é grande e tem muita criança, mas nunca enfrentou situações difíceis. “Todos gostam dele e respeitam”, explica a mãe que já passou por incompreensões, de acharem que se trata apenas de implicância do garoto.
Sobre o autismo
Autismo é um transtorno global do desenvolvimento marcado por três características fundamentais, como inabilidade para interagir socialmente; Dificuldade no domínio da linguagem para comunicar-se ou lidar com jogos simbólicos; Padrão de comportamento restritivo e repetitivo.
Autismo é um transtorno global do desenvolvimento marcado por três características fundamentais, como inabilidade para interagir socialmente; Dificuldade no domínio da linguagem para comunicar-se ou lidar com jogos simbólicos; Padrão de comportamento restritivo e repetitivo.
O grau de comprometimento pode variar e vai desde quadros mais leves, como a síndrome de Asperger (na qual não há comprometimento da fala e da inteligência), até formas graves em que o paciente se mostra incapaz de manter qualquer tipo de contato interpessoal e é portador de comportamento agressivo e retardo mental.
Os sintomas podem aparecer nos primeiros meses de vida, mas dificilmente são identificados precocemente. O mais comum é os sinais ficarem evidentes antes de a criança completar três anos. De acordo com o quadro clínico, eles podem ser divididos em 3 grupos:
1- ausência completa de qualquer contato interpessoal, incapacidade de aprender a falar, incidência de movimentos estereotipados e repetitivos, deficiência mental;
2- o portador é voltado para si mesmo, não estabelece contato visual com as pessoas nem com o ambiente; consegue falar, mas não usa a fala como ferramenta de comunicação (chega a repetir frases inteiras fora do contexto) e tem comprometimento da compreensão;
3- domínio da linguagem, inteligência normal ou até superior, menor dificuldade de interação social que permite aos portadores levar vida próxima do normal.
Até o momento, autismo é um distúrbio crônico, mas que conta com esquemas de tratamento que devem ser introduzidos tão logo seja feito o diagnóstico e aplicados por equipe multidisciplinar.
Não existe tratamento padrão que possa ser utilizado. Cada paciente exige acompanhamento individual, de acordo com suas necessidades e deficiências. Alguns podem beneficiar-se com o uso de medicamentos, especialmente quando existem co-morbidades associadas.
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